Por que você, médico empreendedor, deve prestar atenção à Reforma?
Se você fundou sua clínica com o objetivo de ter autonomia, oferecer um atendimento mais humano e construir uma marca sólida no mercado, sabe que a parte assistencial é só um pedaço do negócio.
Do outro lado da mesa, estão os desafios da gestão financeira, precificação, contratação de equipe e claro — os tributos. A Reforma Tributária aprovada em 2023 muda pontos essenciais desse cenário e afeta diretamente sua margem, sua organização contábil e sua capacidade de crescimento sustentável.
Não é preciso virar especialista em legislação. Mas é fundamental entender o que muda na prática, para tomar decisões mais seguras.
O que muda com a Reforma Tributária?
Menos tributos, mais clareza na gestão
O novo modelo substitui PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS por dois tributos:
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CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) – federal
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IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) – estadual e municipal
Na rotina de uma clínica, isso representa menos burocracia, menos chances de erro e mais organização na apuração e no planejamento financeiro.
IVA Dual: mais previsibilidade e menos confusão
O Brasil adota o sistema de IVA (Imposto sobre Valor Agregado) Dual, ou seja, CBS e IBS serão cobrados separadamente, mas com regras unificadas.
Hoje, o mesmo procedimento pode gerar interpretações diferentes entre estados e municípios. Com o novo sistema, o objetivo é padronizar as regras e tornar a gestão tributária mais previsível — essencial para quem empreende com responsabilidade.
Imposto Seletivo: o que muda para a clínica?
Esse novo imposto incide sobre produtos prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente — como bebidas alcoólicas e cigarros. Não afeta diretamente o setor médico, mas pode impactar fornecedores ou insumos usados em certos procedimentos.
Para clínicas que trabalham com vários insumos ou tecnologias específicas, vale revisar a cadeia de suprimentos para entender possíveis impactos indiretos.
Tributar no destino: o imposto vai seguir o paciente
Hoje, o imposto é cobrado no local da empresa. Com a reforma, a cobrança será no local do consumo. Isso favorece estados menos desenvolvidos, mas pode exigir adaptação para clínicas com unidades em mais de uma cidade ou em franquias.
Se você pensa em expandir seu negócio, essa lógica tributária deve entrar no seu radar desde já.
Crédito amplo: um respiro no fluxo de caixa
A proposta permite crédito tributário em toda a cadeia. Isso significa que insumos, equipamentos, serviços terceirizados e até parte da estrutura da clínica podem gerar créditos a serem compensados.
Esse novo cenário ajuda a reduzir o efeito cascata e permite uma visão mais estratégica sobre compras, contratações e investimentos.
Transição com prazo até 2033: mas não espere demais
A implementação será feita em etapas, começando a fase de teste em 2026 e finalizando em 2033. Parece longe, mas quem começa a organizar desde já, garante mais segurança e evita correções caras no futuro.
Agora é hora de:
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Rever o modelo de tributação atual
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Simular cenários com apoio contábil
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Avaliar oportunidades de reorganização societária ou contratual
Como a sua clínica será impactada?
O setor de serviços será o mais pressionado
Clínicas e consultórios, por serem intensivos em mão de obra e com baixa capacidade de geração de crédito, podem sentir um aumento na carga tributária efetiva — especialmente fora do Simples Nacional.
É por isso que o diagnóstico tributário é essencial para entender riscos e oportunidades.
Mais tecnologia, menos risco
Com novas regras, a documentação fiscal, a apuração de tributos e o relacionamento com o fisco exigirão sistemas mais robustos, integrados à contabilidade.
Se sua operação ainda tem planilhas soltas ou lançamentos manuais, é hora de dar o próximo passo na digitalização.
Planejamento tributário deixa de ser diferencial — vira necessidade
Com margens cada vez mais apertadas, uma escolha errada de regime tributário ou uma má estruturação da clínica podem comprometer o crescimento.
O ideal é rever:
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A forma de remuneração dos sócios
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O regime de tributação
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Os contratos com prestadores e fornecedores
O que fazer agora?
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Marque uma reunião com seu contador para um diagnóstico fiscal personalizado
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Organize suas obrigações acessórias e automatize o que for possível
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Monitore as leis complementares que ainda virão
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Prepare sua equipe (ou encontre parceiros) para fazer a transição com estratégia
Na Querino Contabilidade, estamos acompanhando cada passo da regulamentação para apoiar médicos empreendedores que buscam clareza, segurança e autonomia na gestão tributária.